terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

União Europeia anuncia 10 milhões de euros para pesquisas sobre zika

Dinheiro será gerenciado pelo programa de pesquisas do bloco econômico. Anúncio foi feito após reunião com representantes de 24 países europeus.

Ministro da Saúde, Marcelo Castro, e embaixadores da União Europeia no Brasil durante reunião nesta terça (16) (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

A União Europeia anunciou nesta terça-feira (16) que vai destinar 10 milhões de euros para as pesquisas científicas relacionadas ao Aedes aegypti e à disseminação do vírus da zika em território brasileiro. O dinheiro será gerenciado pelo programa de pesquisas do bloco econômico, chamado Horizonte 2020, e entregue diretamente às equipes científicas.


O embaixador da União Europeia no Brasil, João Cravinho, afirmou que o edital deve ser publicado em 15 de março, com um mês para a inscrição dos pesquisadores. Além de institutos como Fiocruz e Butantan, universidades e órgãos internacionais poderão participar da disputa. O diplomata não informou se as pesquisas deverão ser feitas, necessariamente, em solo brasileiro.

"Isto [o fomento à pesquisa] acontece no âmbito da investigação científica, em um edital em que as melhores propostas científicas serão financiadas. A União Europeia tem um dever de solidariedade e de interesse próprio em ajudar o Brasil nessa luta", diz Cravinho.

O anúncio foi feito após reunião com representantes de 24 dos 28 países que compõem o bloco e o ministro da Saúde, Marcelo Castro. No encontro, o governo federal esclareceu dúvidas e apresentou os dados atuais das infecções por vírus da zika, dengue e chikungunya, transmitidas pelo Aedes aegypti.


"Viemos trazer todas as informações sobre o maior problema de saúde pública do país. Como todos vocês sabem, hoje é uma preocupação internacional o problema do vírus zika. A OMS acha que pode haver uma pandemia aqui nas Américas, declarou emergência internacional e toda a comunidade está preocupada com o que acontece no Brasil", declarou Castro.

O ministro afirmou, mais uma vez, que o governo atua com "total transparência" na divulgação dos dados de pesquisas científicas e relativos ao índice de infecção. Perguntado sobre um possível "pedido de ajuda" do Brasil à Europa, Castro disse que o assunto foi mencionado na coletiva, mas não detalhou outras ações de cooperação.

"Nós gostaríamos muito de ter compartilhamento de informações, parcerias com órgãos internacionais para desenvolver tratamentos e vacinas. Estamos agindo em várias frentes", diz. Nesta terça, um grupo de pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano deu início a um estudo sobre zika e Aedes na Paraíba.


Olimpíadas
Durante a reunião, representantes de países europeus manifestaram preocupação sobre o controle do vírus da zika no período das Olimpíadas no Rio de Janeiro, em agosto. "A comunidade tem muitas incertezas. Esse fenômeno [de disseminação do vírus] é um fenômeno da globalização. Nenhum dos países está isento hoje ou nos anos que vêm", afirmou Cravinho.

O ministro afirmou aos embaixadores europeus que haverá uma "recomendação de precaução", mas não anunciou nenhuma medida específica para o período – oferta de repelente às delegações, por exemplo.


O vírus da zika (pontos pretos) em tecido humano numa imagem de microscópio eletrônico (Foto: Cynthia Goldsmith/CDC)

"Estamos recomendando às pessoas o mesmo que estamos recomendando aos brasileiros, não poderia ser diferente. Alertamos que o Aedes tem comportamento sazonal. Ele se reproduz mais no verão, agora em março, abril, quando atingimos a população máxima. O mês de agosto é um dos que tem a menor população de Aedes aegypti. Estamos dizendo com bastante segurança que as Olimpíadas não terão nenhuma dificuldade para serem realizadas", declarou Castro.

O representante da comunidade europeia afirmou que os países não estabeleceram exigências. "Ainda é muito cedo para esse tipo de questão. Estamos há seis meses dos Jogos Olímpicos, vai acontecer muita coisa em termos de evolução do zika e de evolução do vetor. Tudo leva a crer que haverá uma diminuição muito grande do mosquito. Nossa expectativa é que as políticas públicas do governo brasileiro tenham êxito, e que o zika seja uma memória apenas", disse.


Fonte:  g1.globo.com

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